Rio Corumbataí apresenta estresse hídrico
Carlos Marques – publicada em 5. 2. 2014 –
Em pleno período das cheias, o Rio Corumbataí, responsável por 60% da captação de água para Rio Claro, apresenta seu menor índice de água para o período. Se a estiagem continuar, DAAE deverá anunciar medida de racionamento.
No local de captação é possível perceber que o volume de água desviado está muito abaixo do esperado para a região e a vazão do Rio também. Na barragem construída temporariamente para o desvio, até que a obra do DAAE seja concluída, é possível perceber que dos quatro tubos colocados temporariamente para manter a vazão do Rio, um seria suficiente para atender a demanda agora, o que leva a deduzir que a vazão atinge algo pouco acima de 1 m³ por segundo.
No ano passado, quando uma expedição organizada pelo vereador Júlio Lopes desceu o Rio nesta mesma época, o volume era no mínimo cinco vezes maior do que pode ser verificado hoje. Para o vereador, que acompanhou o Guia na visita desta manhã, “é preciso que a população tenha conhecimento que estamos chegando no limite da nossa capacidade de captação diante da falta de chuvas que está ocorrendo. Se a estiagem perdurar por mais duas semanas, certamente o DAAE terá dificuldades de captar água aqui”, disse ao Guia.
Promotoria convoca diretores do PCJ
Segundo o vereador, a promotoria de Piracicaba convocou reunião para a tarde desta quarta-feira (5), às 14h, e deve propor que medidas sejam tomadas diante do estresse hídrico que os rios da bacia do PCJ estão atravessando. Júlio Lopes, presidente do Conselho Fiscal, não foi informado exatamente sobre o que será conversado, mas não está descartada a possibilidade de um racionamento de água, pois Piracicaba depende em 90% da capacidade do Corumbataí.
O DAAE nada fala
Há uma semana o Guia solicitou dados técnicos da Autarquia para termos de comparação, mas o silêncio da assessoria de imprensa do DAAE parece uma conversa de mudos. Ao que parece, para o superintendente do DAAE, Geraldo Pereira, a situação não inspira cuidados, nem a imprensa merece esclarecimentos diante da eminente possibilidade de faltar água na cidade.
Um fato é claro, se as obras de ampliação que estão sendo feitas na ETA 2, que deverão dobrar a sua capacidade de captação e tratamento de água, entrrassem em funcionamento hoje, em plena época de cheia, o Corumbataí não teria capacidade para suprir a demanda. O vereador Júlio Lopes concorda com essa hipótese e diz ”é preciso que olhemos com maior amplitude para o problema, pois de que adianta ampliar a capacidade de captação e tratamento se não construirmos alternativas para ter reserva de água”, conclui.